segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A INVISIBILIDADE DAS MULHERES NA LUTA DAS PESSOAS NEGRAS NO BRASIL

Fonte: Internet
As mulheres tiveram um papel importante na luta pelo fim da escravidão das pessoas negras no Brasil, porém foram invisibilizadas pela história dita oficial.  História escrita por homens brancos que não reconheceram as mulheres negras e escravas como articuladoras, protagonistas e participantes no movimento negro.

Pesquisadoras e pesquisadores procuram recontar essa história trazendo a memória de mulheres que participaram ativamente na luta pelo fim da escravidão e pela inclusão das pessoas negras. Entre estas: Luisa, mulher africana, mãe de Luís Gonzaga Pinto da Gama, participou da Revolta dos Malês, na Bahia, pelo fim da escravidão em 1930.

Fonte: Internet
Adelina, de São Luis (MA), filha bastarda e escrava do próprio pai.  De sobrenome, datas de nascimento e morte não conhecidas. Vendendo charutos nas ruas, assistia os discursos abolicionistas e decidiu se envolver na causa. Adelina por ter sido escrava criada na casa grande aprendeu a ler e escrever.

Maria Firmina dos Reis, Maranhense (1825-1917) negra livre, “filha bastarda”.  A primeira escritora abolicionista. Formou-se professora primária e publicou em 1859 o primeiro romance considerado abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro relata um romance amoroso, e nesse, três principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata.  Maria Firmina assina o livro como “Uma maranhense”, essa era a estratégia utilizada pelas mulheres que escreviam e se aventuravam a publicar.

Além da luta pela abolição mulheres lideraram quilombos e lutaram para preservar a cultura africana no Brasil. Um dos centros importantes de preservação da cultura afro foi a casa da Tia Ciata, na praça Onze - RJ. Hilária Batista de Almeida, nascida em Salvador na Bahia, trabalhava como “baiana” vendedora de doces pelas ruas do Rio de Janeiro. Foi a primeira filha de santo (Iya Kekerê) da casa do babalorixá (pai de santo) João Alabá. Era festeira. Em dia de celebração dos orixás, assistia missa e depois realizava a cerimônia em sua casa. Da casa Tia Ciata saiu o primeiro samba gravado o “Pelo Telefone”, em 1916.

Fonte: Internet
            No mês Novembro é tempo de fazer memória da população negra no Brasil, de reconhecer sua resistência, força, esperança e persistência na luta pelos seus direitos. De maneira especial, recordar as mulheres que participaram e continuam participando da luta pela inclusão das pessoas negras. A abolição foi assinada em 1888, porém para a inclusão, e reconhecimento de direitos, a luta continua.  

As mulheres negras foram invisibilizadas e continuam sendo, enquanto os índices e pesquisas sociais no Brasil mostrar que mulheres negras são pessoas que sofrem mais com a violência e a violação de direitos. A desigualdade de salários entre homens e mulheres, analisadas sobre a perspectiva racial, constata que mulheres negras têm salários inferiores as brancas, além de ser a maioria nos índices de feminicídio.

Neste mês da Consciência Negra lembramos também das mulheres que lutaram e continuam lutando. Outra história das pessoas negras no Brasil está sendo desvelada e recontada. Nessa história as mulheres devem ser reconhecidas.

 Dica para aprofundar o tema:

Filme: A última abolição -2018

 

Fontes:
SECRETARIA MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL DA CIDADE DE SÃO PAULO - O que você sabe sobre a África? Uma viagem pela história do continente e dos afro-brasileiros. Rio de Janeiro. Nova Fronteira Participantes S/A . 2016.



Ir. Lucia Alves da Cunha,

Oblata do Santíssimo Redentor.

 (Projeto Antonia)


segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Projeto Antonia abre inscrições para a 
2ª edição do Café sem Preconceito durante os 
16 Dias de Ativismo

 Debate sobre o atual contexto de Enfrentamento à
violência contra as mulheres



São Paulo - O Projeto Antonia, unidade da Rede Oblata Brasil, que tem como objetivo a intervenção e acompanhamento às mulheres de baixa renda que estão em contexto de vulnerabilidade social, e atuam na prostituição na região de Santo Amaro, abre inscrições para a 2ª Edição do Café sem Preconceito, que será realizado no dia 29 de novembro de 2018,  a fim de debater o atual contexto de enfrentamento à violência contra as mulheres. O evento será realizado no Centro de Cidadania da Mulher, durante os 16 dias de Ativismo. 

O objetivo do evento é envolver múltiplas iniciativas sociais na discussão e enfrentamento dos problemas vividos pelas mulheres, em especial, no que diz respeito ao contexto de violência, sendo esta uma ação que contempla a Campanha 16 dias de Ativismo, que que acontece anualmente entre 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Sabemos que a violência baseada em gênero é um problema de saúde pública e de direitos humanos, que está ancorada na desigualdade de gênero, na qual se destaca o patriarcado, as relações de poder e as construções hierárquicas da masculinidade e feminilidade como motor predominante e generalizado do problema.

Recentemente, o Projeto Antonia desenvolveu uma pesquisa sobre a violência contra a mulher que exerce a prostituição, com o intuito de construir perspectivas para o enfrentamento de situações de violência relacionadas a este público. Na construção desse trabalho, percebemos que a violência contra a mulher que exerce a prostituição também é atravessada pelo machismo e sexismo e reflete a desigualdade de gênero. Na pesquisa, 65,3% das mulheres entrevistadas afirmam já terem sofrido violência pelo fato de serem mulheres. A partir de alguns dados da pesquisa, foi interessante perceber que grande parte das entrevistadas não reconhece o que é a violência, portanto, sofrem violência e a naturalizam.

Nesse sentido, vislumbramos a necessidade de ampliação dos espaços de discussão e enfrentamento à violência, envolvendo organismos de políticas para as mulheres, ONGs feministas, movimentos de mulheres, conselhos de direitos das mulheres e outros conselhos de controle social, universidades, órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos (assistência e seguridade social, habitação, educação, trabalho e cultura).

Público-alvo: representantes da sociedade civil, movimentos sociais, universidades, órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos.

Sobre a instituição realizadora:

O Projeto Antonia é uma das unidades da Rede Oblata que tem como objetivo a intervenção e acompanhamento às mulheres de baixa renda que estão em contexto de vulnerabilidade social, e atuam na prostituição na região de Santo Amaro, na cidade de São Paulo. Está organizada em três frentes de atuação: Abordagem, Acolhida e Sensibilização da Sociedade, sendo que as duas primeiras têm como objetivo orientar as mulheres que exercem a prostituição para a busca e acesso aos direitos. A terceira frente, Sensibilização, objetiva a desconstrução do estigma da prostituição e a luta contra a violência.

Informações:
(11) 5524-1576
WhatsApp: (11) 96446-5986
Coordenação: Aline Rissardi

Instagram/Facebook: @redeoblatabrasil

Local: Centro de Cidadania da Mulher
Praça Salim Farah Maluf s/n - Santo Amaro – São Paulo/SP