A
INVISIBILIDADE DAS MULHERES NA LUTA DAS PESSOAS NEGRAS NO BRASIL
Fonte: Internet |
As mulheres tiveram um papel importante na
luta pelo fim da escravidão das pessoas negras no Brasil, porém foram
invisibilizadas pela história dita oficial. História escrita por homens brancos que não
reconheceram as mulheres negras e escravas como articuladoras, protagonistas e
participantes no movimento negro.
Pesquisadoras e pesquisadores procuram
recontar essa história trazendo a memória de mulheres que participaram
ativamente na luta pelo fim da escravidão e pela inclusão das pessoas negras.
Entre estas: Luisa, mulher africana, mãe de Luís
Gonzaga Pinto da Gama, participou da Revolta dos Malês, na Bahia, pelo fim da escravidão em 1930.
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Adelina,
de São Luis (MA), filha bastarda e escrava do próprio pai. De sobrenome, datas de nascimento e morte não
conhecidas. Vendendo charutos nas ruas, assistia os discursos abolicionistas e
decidiu se envolver na causa. Adelina por ter sido escrava criada na casa
grande aprendeu a ler e escrever.
Maria Firmina dos Reis,
Maranhense (1825-1917) negra livre, “filha bastarda”. A primeira escritora abolicionista. Formou-se
professora primária e publicou em 1859 o primeiro romance considerado
abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro relata um romance amoroso, e nesse, três
principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata. Maria Firmina assina o livro como “Uma
maranhense”, essa era a estratégia utilizada pelas mulheres que escreviam e se
aventuravam a publicar.
Além da luta pela abolição mulheres
lideraram quilombos e lutaram para preservar a cultura africana no Brasil. Um
dos centros importantes de preservação da cultura afro foi a casa da Tia Ciata,
na praça Onze - RJ. Hilária Batista de
Almeida, nascida em Salvador na Bahia, trabalhava como “baiana” vendedora
de doces pelas ruas do Rio de Janeiro. Foi a primeira filha de santo (Iya
Kekerê) da casa do babalorixá (pai de santo) João Alabá. Era festeira. Em dia
de celebração dos orixás, assistia missa e depois realizava a cerimônia em sua
casa. Da casa Tia Ciata saiu o primeiro samba gravado o “Pelo Telefone”, em
1916.
Fonte: Internet |
As mulheres negras foram invisibilizadas e
continuam sendo, enquanto os índices e pesquisas sociais no Brasil mostrar que
mulheres negras são pessoas que sofrem mais com a violência e a violação de
direitos. A desigualdade de salários entre homens e mulheres, analisadas sobre
a perspectiva racial, constata que mulheres negras têm salários inferiores as brancas,
além de ser a maioria nos índices de feminicídio.
Neste mês da Consciência Negra lembramos também das mulheres que lutaram e continuam lutando. Outra história das pessoas negras no Brasil está sendo desvelada e recontada. Nessa história as mulheres devem ser reconhecidas.
Dica para aprofundar o tema:
Filme: A última abolição -2018 |
Fontes:
SECRETARIA MUNICIPAL DE PROMOÇÃO
DA IGUALDADE RACIAL DA CIDADE DE SÃO PAULO - O que você
sabe sobre a África? Uma viagem pela história do continente e dos
afro-brasileiros. Rio de Janeiro. Nova Fronteira Participantes S/A . 2016.
http://negrobelchior.cartacapital.com.br/por-uma-consciencia-negra-e-feminista/
Acesso em: 18 de Nov. de 2018.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44091469
Acesso em: 18 de Nov. de 2018.
http://lunaaltare.tumblr.com/image/141124841319 Acesso em: 19 de Nov. de 2018.
http://caritas.org.br/dia-internacional-da-mulher-negra-latino-americana-e-caribenha/36923 Acesso em: 19 de Nov. de 2018.
http://visaocidade.com.br/2018/03/15-anos-da-lei-no-10-639-que-incluiu-no-curriculo-escolar-a-cultura-e-a-historia-afro-brasileira.html Acesso em: 19 de Nov. de 2018.
http://lunaaltare.tumblr.com/image/141124841319 Acesso em: 19 de Nov. de 2018.
http://caritas.org.br/dia-internacional-da-mulher-negra-latino-americana-e-caribenha/36923 Acesso em: 19 de Nov. de 2018.
http://visaocidade.com.br/2018/03/15-anos-da-lei-no-10-639-que-incluiu-no-curriculo-escolar-a-cultura-e-a-historia-afro-brasileira.html
Ir. Lucia Alves da Cunha,
Oblata do Santíssimo Redentor.
(Projeto Antonia)