Os
meios de comunicação têm mostrado os altos índices de violência em todas as
partes do mundo. Dá impressão que essa situação já não nos impacta tanto como antes,
é “só mais um ou uma” que entra para as estatísticas. Chama a nossa atenção o
aumento da violência contra as mulheres.
Segundo
notícia do Portal G1 do dia 29 de abril de 2019, nos primeiros três meses de
2019, o feminicídio aumentou 76% em São
Paulo, sendo que 8 em cada 10 casos, os crimes contra as mulheres aconteceram
dentro de casa pelo marido, companheiro, namorado ou ex-parceiro. Em grande
parte, o motivo tem sido a separação do casal. Lembrando que até chegar a ser
assassinada a mulher passa por diferentes tipos de violências: psicológica,
física, sexual, patrimonial e moral.
Perguntas
que se ouve com frequência são: por que ainda as mulheres continuam sendo
agredidas e mortas pelos homens? Será que aumentou a violência contra as
mulheres ou está se dando mais visibilidade?
Certamente
são muitos os fatores, mas o principal é o machismo,
a compreensão de que o homem é superior a mulher, ele tem o poder, o domínio e
a posse sobre ela. Essa é uma das razões
da violência quando a mulher toma iniciativa na separação do casal.
As
mulheres vêm tomando consciência dos seus direitos, exigindo mais respeito e
reagindo à submissão, ao domínio dos homens sobre ela. Porém é necessário não
só as mulheres terem essa consciência, mas toda a sociedade, sobre tudo os homens.
O debate sobre a violência contra a
mulher deve ser realizado em todos os setores da sociedade, pois é fruto de uma
construção social de desigualdades, que necessita ser reconstruída. Por isso é
importante promover espaços de discussão
sobre assunto em diversos seguimentos da sociedade, em escolas, igrejas, universidades,
onde estão, as mães, os pais, as/os educadoras/res, líderes religiosos,
profissionais entre outros. É necessário desde esses espaços trabalharem com as
novas gerações para que não sofra e não gerem violência.
O projeto Antonia além da
atuação específica junto às mulheres que exercem a prostituição tem somado forças com outras organizações no
combate à violência contra a mulher. Por
meio de conferências, palestras e oficinas, participa de diálogos e reflexões
sobre a temática. Nota-se o quanto é importante esses espaços para as mulheres se expressarem, trocarem experiências e se
fortalecerem para enfrentarem os desafios que vivem apenas pela condição de
serem mulheres.
No
dia 08 de maio o Projeto Antonia esteve presente na XXIV Semana de Enfermagem da Universidade de
Santo Amaro – UNISA. O evento marcou o início
da Liga da Saúde da Mulher na Universidade. Aline Rissardi, Coordenadora do
Projeto Antonia, ministrou uma palestra sobre “Violência na Prostituição: um
recorte na realidade de Santo Amaro". Foram apresentados dados de
violência contra as mulheres que exercem a prostituição segundo pesquisa
realizada pela unidade em 2017. Segundo Aline, as alunas e alunos fizeram várias
perguntas sobre o tema e demonstraram interesse em conhecer mais de perto a
atuação do Projeto junto às mulheres.
O Projeto Antonia também marcou presença, no dia 18 de maio, no evento, “Marcadas pela promessa. Sim eu posso!”, promovido pela Paróquia São Vicente de Paulo e São Tiago Apóstolo na cidade de Embu das Artes - São Paulo. Maria José Silva, Educadora Social do Projeto Antonia, ministrou uma palestra sobre a “Violência contra mulher”, na qual abordou a invisibilidade e naturalização da violência contra a mulher, sobretudo a que exerce da prostituição. Destaca que “independentemente das nossas convicções morais, religiosas e pessoais, não podemos justificar ou aceitar a violência a determinados grupos”. As participantes interagiram em vários momentos, e isso confirma o quanto é importante dar espaços de fala às mulheres. No final sugeriram outros momentos como esse para continuar a reflexão, ressaltando que a violência contra a mulher é pouco discutida nas periferias das cidades.
Oblata do Santíssimo
Redentor
(Projeto Antonia)