sexta-feira, 26 de julho de 2019

Cyberbullyng no Contexto da Prostituição

Em nossa sociedade estamos assistindo uma crescente onda de violências contra às mulheres, o Brasil é o 5º país no mundo – em um grupo de 83 – em que se matam mais mulheres, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).[1]
 A cultura heteropatriarcal, utiliza-se da manutenção de pensamentos machistas, misóginos e classistas para continuar garantindo e legitimando as desigualdades entre os sexos. Atentas as desigualdades que estão expostas as mulheres em nossa sociedade, o Projeto Antonia percebeu que a violência que as mesmas sofrem nas redes sociais, tem sido bem frequentes. As consequências são prejudiciais à mulher, uma vez que, fere a sua dignidade, atinge sua reputação e constrange. 
O avanço da era digital trouxe elementos positivos para o desenvolvimento de nossa sociedade, porém também passou a ser mais um espaço utilizado para agredir mulheres. De acordo com a cartilha: "Você sabe o que é Cyberbullung?" elaborada pelo NUDEM (Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher), na maioria das vezes, os agressores contam com o anonimato e a sensação de impunidade trazidas pelo ambiente virtual que favorece a criação de perfis falsos, sem falar na facilidade da rápida difusão do conteúdo.

"Isso faz com que a vítima se sinta exposta e desprotegida, desenvolvendo sentimento de insegurança, paranoia, e percepção pessoal distorcida, podendo gerar condições psicológicas graves como depressão e síndrome do pânico". (Cartilha: Você sabe o que é Cyberbullyng?).

Percebendo esta realidade, a Equipe Antonia no mês de julho decidiu trabalhar com as mulheres atendidas na sede da unidade e abordadas nos locais de prostituição da Região de Santo Amaro, os conteúdos da cartilha: Você sabe o que é Cyberbullyng? 

Ao trabalhar o tema com as mulheres nos deparamos com falas tais como:

· "Eles tiram fotos dentro da casa para mostrar para os amigos que estão no puteiro e muitas vezes vai a nossa imagem";
· "Temos que ficar muito atentas, pois eles filmam sem que percebamos";
· "Uma vez eu estava no hotel e percebi que ele estava gravando bem na hora da penetração. Depois eles usam estas imagens para ganharem dinheiro em cima de nós";
· "Eles são espertos, por isto que na casa tem um cartaz proibindo o uso do celular. Já peguei homem tentando filmar o programa com o celular no bolso da camisa".

           A repercussão desta abordagem realizada com as mulheres abriu a percepção de que as mulheres em contexto de prostituição estão vulneráveis à violência contra às mulheres como qualquer outra mulher, porém o estigma e preconceito social contra a categoria das profissionais do sexo, favorecem que vivenciem de forma mais violenta as consequências do machismo em nossa sociedade. 

Fontes: 







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