quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Não basta só participar do Conselho Gestor, o objetivo é fazer a diferença.

 Não basta só participar do Conselho Gestor, 
o objetivo é fazer a diferença.

A Unidade Antonia participou do 3º Encontro para Conselheiro Gestor, seguimento usuário. Maria José Silva, Educadora Social do Antonia, representou a unidade no encontro e comenta: "foi uma formação muito proveitosa para participação dos conselheiros no Controle Social, entendendo que esse espaço é de participação compartilhado entre sociedade civil e o Estado. 

Refletiu-se também sobre o papel do Conselheiro Gestor dentro dos serviços: 

"O Conselheiro não deve buscar seus próprios interesses, mas deve ter um olhar para os bem coletivo, ser alguém do território, que utilize o serviço, que conheças as necessidades e vulnerabilidades local, tem que saber ouvir e também dar um retorno para os usuários".
É necessário "acordar e cobrar", hoje se fala muito sobre resistência e para não perder os direitos conquistados deve-se continuar a resistência, mas não deixar de lutar por novos direitos e fazer valer os direitos já existente.

O Unidade Antonia está no Conselho Gestor do Centro de Testagem e Aconselhamento DSTs/Aids (CTA) Santo Amaro, como representante da sociedade civil e percebe este lugar de representação como um espaço de Luta em defesa dos usuários do serviço do Sistema Único de Saúde e uma oportunidade de exercer o advocacy, levando as demandas das mulheres atendidas pela unidade. 











sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Os Efeitos da Auriculoterapia

Fonte: Internet
Projeto Antonia tem oferecido às mulheres atendidas o serviço de auriculoterapia francesa, que é um tratamento complementar, no auxílio a saúde emocional, física, mental, através da aplicação de esferas de cristais, em pontos de reflexo no pavilhão auricular (orelha).

É uma técnica que se baseia no estimulo do pavilhão auricular visando aos reflexos sobre o sistema Nervoso Central. Estimula pontos correspondentes aos órgãos e funções do corpo. Ao receber esses estímulos, o cérebro produz uma série de fenômenos relacionados a diversas áreas do corpo. Trata de disfunções orgânicas e promove analgesia através de estímulos de pontos reflexos.

Tão importante quanto cuidar da saúde física é cuidar da saúde mental, e a auriculoterapia também proporciona momentos de relaxamento musculoesquelético e mental.

Não são raros os casos de mulheres que sentem dores no corpo, cujas dores estão ligadas ao acúmulo de responsabilidade, estresses, ansiedade, emoções, conflitos psíquicos. As mulheres são afetas por sua ocupação, seja em casa, no trabalho, em suas relações sociais, na convivência com fatores de riscos, locais insalubres, jornadas noturnas, estigmas, medo, questões financeiras, conflitos familiares, etc.

Percebendo o quanto as mulheres são afetadas, o Projeto Antonia disponibilizou o serviço de auriculoterapia para elas como um momento de cuidado especial, para relaxar, expressar suas dores e angústia, e se permitir buscar o equilíbrio para flexibilizar situações. 

As mulheres que aderem a auriculoterapia trazem retorno de resultados no tratamento de insônia, diminuição de ansiedade, dores articulares, enxaquecas, entre outras. Abaixo algumas expressões das mulheres em tratamento na auriculoterapia:

"sofria de insônia, depois da auriculoterapia voltei a dormir bem" (T.I)
"não sinto mais as dores nos pés" (I.S)
"sinto que estou mais controlada, na ansiedade"  (L.C)
“Gosto de fazer a sessão de auriculoterapia, pois me sinto mais leve, relaxada mesmo, corpo e na mente” (R.A)


Maria Jose Silva
(Educadora Social e Terapeuta Auricular)

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

40 Anos da Unidade da Rede Oblata de Juazeiro

A Pastoral da Mulher, Unidade da Rede Oblata de Juazeiro completa 40 anos de história! 


Parabéns Pastoral da mulher pela dedicação, compromisso e resistência na luta pela garantia de Direitos das Mulheres em contexto de prostituição!

Equipe Antonia

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

ATUAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES QUE EXERCEM A PROSTITUIÇÃO

Fonte: Internet
No Brasil e no mundo estamos vivendo um momento de ascensão das forças conservadoras, que, com função ideológica, reproduz um modo der ser fundado em valores historicamente preservados pela tradição e pelos costumes. A retomada do conservadorismo contribui no fortalecimento do patriarcado, sistema em que os homens exercem uma opressão sobre as pessoas do sexo feminino, apropriando-se por meios pacíficos ou violentos da sua força produtiva e de reprodução. Esse modelo legitima a desigualdade entre os gêneros e o sexismo, reforçando o estigma e reproduzindo modelos de opressão. Esse assunto é do interesse de toda a sociedade, uma vez que as formas de discriminação de gênero estão presentes independentemente das classes sociais, faixas etárias, raças, cores e etnias.

No que se refere ao contexto da prostituição, podemos afirmar que a violência se legitima ao considerarmos o lugar ocupado pela mulher que exerce a prostituição dentro deste contexto. Diniz (2008) afirma que a sociedade, ao longo do tempo, construiu perspectivas preconceituosas e discriminatórias no que diz respeito à prostituta, que foram sendo introjetadas no imaginário social, como aquela que dissemina doenças, mulher de “vida fácil”, “safada” e que não merecem respeito da sociedade. Dessa forma, o estigma se torna a materialização deste preconceito e pode vir a ser reproduzido nas diversas formas de violência.

Recentemente, o Projeto Antonia desenvolveu uma pesquisa sobre a violência contra a mulher que exerce a prostituição, com o intuito de construir perspectivas para o enfrentamento de situações de violência contra este público. Na construção desse trabalho, percebemos que a violência contra a mulher que exerce a prostituição também é atravessada pelo machismo e sexismo e reflete a desigualdade de gênero.

"GRANDE PARTE DAS ENTREVISTADAS NÃO RECONHECE O QUE É A VIOLÊNCIA, PORTANTO SOFREM VIOLÊNCIA E A NATURALIZAM"

Na pesquisa, 65,3% das mulheres entrevistadas afirmam já terem sofrido violência pelo fato de serem mulheres. No que diz respeito à violência no exercício da prostituição, 51,2% afirmam já tê-la sofrido. A maioria dos casos é de violência moral (35,8%), seguida da patrimonial (29,4%), psicológica (28,2%) e física (23,07%).
A partir de alguns dados da pesquisa, foi interessante perceber que grande parte das entrevistadas não reconhece o que é a violência, portanto sofrem violência e a naturalizam. São comuns os depoimentos de baixa autoestima e fragilidade emocional, o que contribui para que a mulher se sinta culpada e não se reconheça como vítima da violência.

O movimento social de prostitutas tem rejeitado as abordagens que insistem em retratá-las como vítimas ou desviantes e, por meio de suas ações, buscam afirmar o protagonismo além de denunciar o estigma e preconceito voltados a pessoas que exercem prostituição, evidenciando como tais fatores, historicamente, têm prejudicado a qualidade de vida dessas pessoas e dificultado a luta pelo exercício pleno da cidadania (Souza, Ferreira e Oliveira, 2011).

O Brasil ocupa a 85ª posição em desenvolvimento humano e desigualdade de gênero segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Estudiosos mostram que para combater essa desigualdade se faz necessário um trabalho de conscientização. Nesse sentido, entendemos que, diante do contexto descrito, é importante ações que trabalhem a sensibilização da sociedade, envolvendo iniciativas sociais no enfrentamento dos problemas vividos pelas mulheres, contribuindo para a desconstrução do sexismo, incentivando também a articulação de toda a sociedade. Chamamos a atenção aqui para ações que possam desconstruir também o estigma da prostituição.

Fernanda Moreira
(Assistente Social - Projeto Antonia)

Referências Bibliográficas:

DINIZ, Maria Ilidiana. Os determinantes que invisibilizam a violência contra a mulher no contexto da prostituição. Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder, 2008. Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST11/Maria_Ilidiana_Diniz_11.pdf. Acesso em: 18/12/2017.

SOUSA, Fabiana Rodrigues de, FERREIRA, Flávia do Carmo e OLIVEIRA, Maria Waldenez de. Dia Internacional da Prostituta: marco da organização e luta por direitos. Folha de São Carlos, 2011. Disponível em: https://grupodeestudostrabalhosexual.wordpress.com/2011/06/02/dia-internacional-da-prostituta-marco-da-organizacao-e-luta-por-direitos/. Acesso em: 25/11/2017.